RED HOT CHILI PEPPERS – A FRUSCIANTE DEPENDÊNCIA.
- Sérgio Vital
- 10 de mai. de 2019
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de mai. de 2019
Quando pensamos no RHCP, o que nos vem a mente? A bateria do Chad, o baixo do Flea, os vocais do Anthony e a guitarra de...? Pois é, revendo a história da banda, a gente descobre a importância de um e de apenas um guitarrista: John Frusciante.
Quando a banda começou, lá na Califórnia, em 1983, ainda sob o nome de “Tony Flow and the Miraculously Majestic Masters of Mayhem”, era apenas mais uma banda como muitas outras da Califórnia. O rock se renovava à época, com o fim do Punk e o boom do Metal Farofa e da New Wave. O RHCP tentava se encaixar, enveredando por outros caminhos, fazendo um mix de tudo o que gostavam em um caldeirão só: funk, punk, rap e rock psicodélico. O Funkadelic fez algo parecido nos anos 70, tanto que eles foram em busca de George Clinton, fundador do Funkadelic, para produzir o seu segundo álbum. Mas apesar de toda essa diversidade musical, O RHCP não fez o sucesso que eles esperavam. Lançou o primeiro álbum, The Red Hot Chili Peppers, que tocou pouco nas rádios, tentou emplacar um vídeo na MTV, da música “True Men Don’t Kill Coyotes”, que apesar de ter uma boa exibição, devido a uma parceria com o canal, não alcançou o sucesso esperado.
O segundo disco, Freaky Style, também não obteve um bom desempenho, e o terceiro, The Uplift Mofo Party Plan, acaba sendo o mais bem-sucedido até então, mas também não faz o sucesso que eles esperavam, alcançando apenas a 143º lugar nas paradas.
Então, em 1988 acontece o fato que mudaria a história da banda: A morte do guitarrista Hillel Slovak.
A perda de um membro geralmente decreta o fim de muitas bandas, mas para o RHCP isso serviu para um recomeço. Entram em cena o baterista Chad Smith e o guitarrista John Frusciante. Este, com apenas 18 anos na época, já era fã da banda e emulava com perfeição o estilo de tocar e o comportamento de palco de Slovak, o que tornou as coisas muito mais fáceis para Flea e Kiedis.
Em 1989, a banda com a nova formação, gravou o quarto álbum, Mother’s Milk que, coincidência ou não, seria o álbum mais vendido até aquele momento: 5 milhões de cópias. O álbum já mostrava a influência de Frusciante na banda, com guitarras mais pesadas e mais trabalhadas, além de uma musicalidade muito mais definida do que nos discos anteriores. Essa nova musicalidade também ajudaria nas composições e na forma de cantar de Kiedis, deixando, inclusive, a banda mais acessível ao grande público.
Em 1991 a banda lança o quinto álbum, o segundo com Frusciante. Esse seria o álbum que levaria a banda ao estrelato: Blood Sugar Sex Magik. Gravado em uma mansão de Hollywood, onde a banda passou a morar durante o período de gravação, (ideia do produtor Rick Rubin). Neste disco, Frusciante imerge totalmente no processo de composição junto com Kiedis. O álbum foi lançado no mesmo dia do Nevermind, do Nirvana, e chegou a 3ª posição na lista da Billboard, confirmando assim que a presença de Frusciante, não só como guitarrista, mas também como compositor, afetava e muito a musicalidade e a forma de como a banda impactava o público.
Apesar de todo o sucesso, Frusciante, devido a problemas com drogas e à falta de intimidade com a pressão de ter se tornado um Rockstar, decide deixar a banda no meio da turnê mundial, em 1992. A banda tenta, durante sete anos, encaixar outro guitarrista, mas sem sucesso. Gravam um único álbum nesse período, One Hot Minute, mas o álbum é um fracasso.
Flea chega à conclusão, que é a mesma desse artigo, de que o RHCP precisa de Frusciante e que é com ele que a banda funciona, chegando ao ponto de defender que a banda só poderia continuar caso ele voltasse.
Frusciante volta à banda e, em 1999, o RHCP lança a sua masterpiece: Californication. Álbum definitivo da banda, com sucesso de vendas e de crítica, arrebanhando milhões de novos fãs.
Quando você conversa sobre RHCP com qualquer pessoa, são as músicas desse álbum que são as primeiras a serem citadas.
Novamente a relação, Frusciante=sucesso é comprovada. A banda segue com mais dois álbuns muito bons, By The Way ,de 2002, e Stadium Arcadium, de 2006, que só reafirmam a importância de Frusciante para o grupo.
Depois desses dois álbuns, a banda entra em hiato e Frusciante anuncia a sua segunda saída. Então, o RHCP volta a ser a mesma banda que era no início da carreira - uma banda interessante, mas sem muitos atrativos.
Lançando mais dois álbuns, I’m With You, de 2011, e The Getaway, de 2016: álbuns corretos e redondinhos, mas que são facilmente esquecíveis.

Acho que jamais o RHCP estaria onde está, hoje, se não fossem as participações de Frusciante em sua história. Eles só mantêm o patamar de hoje, devido aos sucessos alcançados com Frusciante. Sem o guiyarrista, o RHCP é apenas uma banda, com um ótimo baixista, um baterista excelente e um cantor competente, mas que não tem alma.
Comments