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O RETORNO DE JOHN FRUSCIANTE AO RHCP E A HISTÓRIA DE OSCILAÇÕES DE UM GÊNIO DA GUITARRA

Não é segredo que o peso e a importância de John Frusciante no Red Hot Chilli Pepers é colossal. A faceta do punk rock misturado com o funk que estabeleceu a sonoridade excepcional da banda californiana, contribuiu para que o RHCP se tornasse uma banda tão paradigmática quanto singular na tonalidade melódica e criativa que tem no aporte de Frusciante seu maior insigne, prodigioso e notável músico.











Frusciante é um músico nato e emoldura-se no perfil dos gênios. Bebe fortemente de influencias sólidas de Jimi Hendrix, Curtis Mayfield e Frank Zappa e por meio da interferência guiada dos mestres vem combinando seu estilo extremamente experimental no manejo de sua clássica Statocaster Sunburn que usa há 30 anos. O trabalho de Frusciante é reconhecido por todas as grandes premiações envolvendo a guitarristas sempre entre os 20 melhores de todos os tempos e o melhor guitarrista dos últimos 30 anos por uma votação dos ouvintes da radio britânica BBC. Seu estilo refinado de ressaltar a melodia nos riffs inserindo um elemento emocional quando toca e improvisando com uma técnica singular conferindo uma variedade de tons nos solos que realça a canção ao extremo.


Quando RHCP iniciou a carreira com a guitarra de Hilal Slovak( morto em 1987 por uma overdose de cocaína) seu estilo estava visceralmente influenciado pelo funk clássico dos anos 70 que soava remoto sem muito apelo radiofônico. A entrada de Frusciante em 1987 substituindo Hilal já consolidou a sonoridade fenomenal da banda que eclode com o sucesso de “Blood Sugar Sex Magik”. Avesso ao mainstream que oxigena a atmosfera do RockStar style, Frusciante se envolveu pesadamente nas drogas e abandonou o grupo para viver uma vida junkie e se envolveu com projetos bizarramente B-sides. Sua ligação com a morte de River Phoenix no compartilhamento de heroína que consumou a vida do astro de Hollywood em ascenção, o forçou a fazer reabilitação e retomar sua vida musical no Red Hot. Instrospectivo e reflexivo depois de passar pelo infortúnio das drogas, Frusciante se concentra em seus maneirismos criativos para criar a maioria dos hits do disco Californication e depois em By The Way, Nesta fase os caras adentram em sua fase mais prolífica e fértil com 3 discos e milhões de álbuns vendidos se tornando umas das bandas mais famosas dos anos 2000.




A influencia de Frusciante na história do RHCP tem sempre suas digitais. Não obstante o processo criativo da banda perpassar por todos os integrantes de forma coletiva o estilo marcado na guitarra de Frusciante denuncia sua saliente atuação. Os clássicos Under the Bridge, Give it Away, Dani Califórnia, Snow( Hey Oh) e muito mais estão na galeria das maiores hits criados pelo guitarrista.


Em 2009 John Frusciante estava focado de forma especial no novo trabalho solo “The Empyrean” um disco com participações de Flea e Johnny Marr dos Smiths com produção musical caprichada e com um tom psicodélico e intimista. Sem muitas explicações Frusciante anuncia sua saída do Red Hot. Anthony Kieds antecipou que o guitarrista estava empolgado com seus trabalhos autorais e desejava fazer novas experimentações musicais, e que apesar do lamento de sua ausência a banda continuaria expressando no palco e em sua influência seu legado de importância imensurável.


Josh Klinghoffer indicado pelo próprio Frusciante o substitui com uma energia vital que tornara bem vinda naquele momento melancólico da banda com a saída inusitada de John. O novo membro seguiu a linha simétrica da sonoridade da banda e sempre fez um trabalho preciso e virtuoso um tanto experimental e mais técnico, mas sem a energia, brilho e sentimentalismo que John empregada em seus solos. Apesar dos hits os álbuns I’m With You e The Getaway foram discos que não pesaram em consistência e densidade.


Uma outra marca incrível de seus múltiplos talentos é a voz. Frusciante sempre trilhou para uma sonoridade mais introspectiva que combinava perfeitamente com sua voz que possui um textura suave e entoada marcada por falsetes incríveis, apesar de ser fanho na fala. Desde 2002 os projetos paralelos de John perpassaram pelas bandas The Mars Volta, Ataxia e projetos eletrônicos como se percebe no álbum Trickfinger II com o produtor executivo Omar Rodriguez-Lopez um dos grandes nomes da música alternativa californiana.



O retorno de John Frusciante ao RHCP anunciado no domingo passado(15/12) exatamente 10 anos cravados depois de sua última saída foi um alvoroço tsunâmico nas redes sociais. Flea em sua conta no tweet afirmou que “Josh nos deixa e carimba sua história neste livro cheio de paginas com capítulos decisivos em que ele protagonizou belamente, mas a natureza se movimenta sopra as páginas e agora, em branco, John retorna para escrever novos capítulos. Ainda vai demorar para escrevermos o desfecho desta obra”. Frusciante por meio de sua conta também declarou “Quando eu deixei a banda de forma tão insólita e no vértice de nossa maturidade e do encontro com nossas próprias expressões musicais coletivas, eles entenderam minha necessidade de poder voar em outros cenários, eles me apoiaram quando estava no fundo do precipício nos anos 90 e quando precisei me encontrar com minha arte e meu fervor experimental e criativo ou qualquer coisa que me fizesse feliz. Retornar é poder também reverenciar estas pessoas que foram decisivas para tornar minha vida tão especial”. Em Maio de 2020, a banda retorna em sua nova turnê nos Estados Unidos e Europa agora com um dos guitarristas mais célebres e consagrados da história do rock moderno que é John Frusciante.

 
 
 

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