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EM "THE NEW ABNORMAL" A BANDA THE STROKES RETOMA ORIGENS SEM DEIXAR DE FLERTAR COM O FUTURO.

O aguardado sexto disco da banda The Strokes, “The New Abnormal”, foi recentemente lançado, e é considerado um trabalho excelente da banda americana após uma pausa de sete anos com vários projetos paralelos de seus integrantes neste intervalo cronológico.



The Strokes parecia vagar em uma órbita de ócio imobilizada por este vácuo criativo de uma banda que lançou uma estética e um estilo musical muito particular. No inicio do segundo milênio os primeiros discos da banda foram tão celebrados que a sua influencia era evidente na sonoridade do Arctic Monkeys e o The Kooks, bandas britânicas, locus de onde normalmente as novidades partem. Os trabalhos solos de seus integrantes foram inexpressivos e esse retorno parecia inócuo quanto à atenção e curiosidade do público em relação ao novo trabalho.


Mas o que se sente ao escutar “The New Abnormal” é um resgate aconchegante do melhor estrato da sonoridade da banda com traços de rock garagem, meio abafado, oitentista, melódico passando pelo new age ao melhor estilo indie-eletronico. Uma sensação incrível de familiaridade e blasé marcante símbolo da banda nova-iorquina que soprou uma tormenta de originalidade na época.


Difícil eleger uma melhor canção deste disco. É Strokes na sua melhor forma e performance musical. A tessitura sonora da guitarra está amplificada ao estilo da banda e os vocais excepcionais de Julian Casablancas estão mais dilatados do que nunca, saindo de extensões barítonas ao máximo dos falsetes implacáveis. As letras abordam impasses, dilemas e hesitações humanas típicas dos conflitos existências da poesia de Casablancas que assina as letras.



Sua pegada pop mistura muito synth-pop, recursos eletrônicos e um certo tom psicodélico e muito indie-rock com a velha pegada dance. As influencias do new wave estão marcantes como se certifica em “Bad Decisions” e “Eternal Summer”. Há muita coesão de todos estes elementos com a textura da guitarra e riffs incríveis de Albert Hammond Jr. Há um certo estranhamento na produção musical em “At The Door” que adicionou elementos unicamente eletrônicos para estampar uma atmosfera psicodélica e até inusitada para o Strokes muito influenciada pelo Daft Punk. Há alguma influencia do pós-punk e uma certa sobriedade que perpassa por toda estrutura musical do disco com versos marcantes e instrumentos bem definidos no arcabouço das canções.



Há uma estabilidade estética neste disco resultado do tempo para cria-lo, da natural maturidade da banda e daquela sensação confortante da pressão de não mais ter que carregar o encargo de “salvar o rock” . Um disco de resgate sem apelar para a nostalgia irrestrita, mas deixando notório que vislumbra o futuro com alguma experimentação e tendência progressista e conceitual, o que permite deduzir que The Strokes ainda tem muito para nos oferecer.

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