O Amor e Ódio entre ELAS & Eles.
- Nando Oliveira
- 15 de mar. de 2020
- 6 min de leitura
Chegamos ao final da semana que teve seu início com o Dia Internacional da Mulher, data esta que tem como símbolo a representatividade de todas as mulheres em toda a nossa História. Uma data que simboliza suas conquistas e enaltece cada vez a importância de se fortalecer o respeito a todas do gênero.
Dentro do Rock and Roll, milhares de mulheres tiveram destaques positivos em termos de criatividade, seja compondo, seja expondo vozes maravilhosas, seja em execuções instrumentais, enfim, poderíamos citar aqui uma lista infindável de nomes que marcaram (e ainda marcam) todo o legado do gênero mais versátil que existe.
Mas como nem tudo são flores, nem mesmo quando se trata daquelas do sexo “frágil”, não poderíamos deixar passar essa semana sem observarmos alguns nomes e fatos que polemizaram algumas bandas e, inclusive, geraram o fim de algumas delas, tendo como pivôs as mulheres.
Primeiramente vamos falando do Poison, uma banda que eu particularmente detesto, mas pela temática de hoje, vou abrir a exceção de comentar sobre o tumulto que culminou no fim da banda, pelo menos até este ano, pois eles voltaram à ativa em 2020, para sofrimento dos meus ouvidos. Lá perto da metade da década de 90, época em que alguns consideram o auge da banda, o Poison trouxe um novo guitarrista, o jovem Richie Kotzen, que acabou não tendo vida longa no grupo e foi, inclusive demitido. Mas qual a razão da treta? Kotzen não controlou seus hormônios, não tomou conhecimento do noivado do baterista Rikki Rockett com Deanna Eve e fisgou a moça do coroa (afinal Kotzen era 8 anos mais jovem do que Rikki), causando um gigante desconforto generalizado entre os membros, sendo uma das razões principais do Poison ter perdido completamente o veneno e, hoje, sobreviver de materiais do passado., após um longo período de inatividade.
Ou seja, uma “Maria Shampoo” e um moleque muito sacana fazem uma das mais importantes bandas de Glam Metal sumir como poeira.
Vale salientar que Kotzen, ainda hoje, provoca o Poison em redes sociais, comparando-se sozinho ao que os outros membros constroem/construíram juntos ao longo de todas essas décadas.

Saindo do solo americano e aterrissando em Terras Tupiniquins, vamos falar um pouco de uma das maiores bandas nacionais de todos os tempos, Os Mutantes. Se temos que nos orgulhar de uma banda dentro de nosso território, que soube construir trabalhos a nível Global, dominando perfeitamente toda a parafernália psicodélica das década de 60 e 70, estamos falando da banda certa. E falar de Mutantes sem citar Rita Lee, é ignorar a maior voz que por ali cantou. Rita sempre foi muito mais reverenciada pelo público do que qualquer um dos outros membros, por mais que todos tenham parcelas gigantes em todas as construções musicais do grupo, mas após o fim do casamento dela com Arnaldo Baptista, culminando na expulsão dela, do grupo, a mando do próprio Arnaldo, Os Mutantes fizeram jus ao nome e literalmente mudaram, para não dizer que definharam.
Começou uma onda de “quem sair por último, apaga a luz” e o que temos de espetacular nos trabalhos da banda, estão registrados com a presença de Rita entre os membros.
O fim do relacionamento foi tão pesado que Arnaldo literalmente pirou e passou por situações de extrema loucura, chegando a “colecionar” sacos de lixo (com lixo, diga-se de passagem) em casa e criar dialetos que só ele conhecia.
Que caos psicológico uma mulher consegue causar na mente de um homem fraco, né?

Saindo de nossas terras, mas sem perder a psicodelia de vista, chegamos até uma das bandas mais, digamos, difíceis de digerir, da qual nunca fui muito fã, mas que sempre tive respeito pelo poder de influência que ela obteve nos anos 80 e 90, a banda norte-americana Sonic Youth.
A treta teve seu início em mais outro caso conjugal que não se sustentou, levando neste desabamento a própria continuidade do conjunto. O fato que deu números finais a longínqua carreira de 30 anos da banda foi uma traição que envolveu o guitarrista Thurston Moore e uma sócia, deixando enfurecida a sua esposa, e vocalista da banda, Kim Gordon. O fato curioso é que foi aqui no Brasil onde a banda realmente deu fim às atividades, no Festival SWU, onde o público brasileiro pôde sentir de perto o clima chato entre um ex-casal, destroçados em sua vidas pessoais, se despedindo dos palcos por um descontrole de um cara que só soube pensar com a cabeça de baixo.
Conclusão: um mulher traída é capaz de tudo, inclusive de aposentar uma das bandas mais influentes de uma década inteira!

Dando sequência, vamos relembrar a Courtney Love e seu casamento com Kurt Cobain. Mas aí vocês podem se perguntar “A Courtney foi pivô no fim do Nirvana? Mas ele não se suicidou?”. Bem, que o Kurt já vivia quase que como um zumbi, absolutamente entregue às drogas e à depressão, vítima de uma vida conturbada e de péssimas influências, disso não temos dúvida, mas há rumores de que o tal suicídio possa ter sido muito mal contado e que, na verdade, talvez exista um dedo da Courtney em toda a tragédia, quando a mesma, supostamente, teria sido mandante de um possível assassinato. Muitas provas ainda deixam dúvidas sobre a sua veracidade, assim como o fato de que Kurt ainda não havia escrito seu testamento, onde talvez o nome da Courtney não viesse a constar, até porque ambos estavam em clima de separação.
Enfim, não se sabe o que realmente aconteceu, mas a verdade é que Courtney Love nunca foi bem vista por quase ninguém e se até o Dave Grohl, boa praça que é, compõe Stacked Actors para alfinetar a megera, de uma coisa nós temos certeza: O Hole é uma porcaria e a Love é um zero à esquerda!

Quase que encerrando as análises, vamos voltar ao nosso País, para falar da maior banda que o Brasil já teve, independente de qual seja o gênero: o Sepultura.
Sabe quando uma banda tem a “brilhante” ideia de colocar como empresária a esposa de um membro do grupo e você tem a certeza de que vai dar m****? Pois é, foi assim que aconteceu com os mineiros do Sepultura! A Sra. Gloria Cavalera, esposa de Max Cavalera, ex vocalista e líder da banda (ainda que, para alguns, o líder de fato tenha sido o Kisser), era quem ditava as ordens nos bastidores do grupo e, obviamente, ela sempre pendia para o lado do maridão, tirando grande parte do protagonismo dos outros integrantes. Vale lembrar que lá estava o cunhado dela, Igor Cavalera, mas este não hesitou em se juntar com os outros integrantes e esculachar a cunhada do cargo, demitindo a Gloria e provocando ira em Max, que não deixou a queridinha ir sozinha, saindo do grupo e fazendo com o que o Sepultura chegasse a fechar suas portas por um tempo, voltando à ativa pouco tempo depois, mas sem o mesmo brilho de outrora, pois Derrick Green não é, nem de longe, sombra ao que Max era entre a fase Beneath the Remains e Roots.
Ou seja, fica a reflexão sobre o risco de se misturar vida pessoal e trabalho, tornando como responsável pelos negócios alguém que, obviamente, não sabe ser imparcial, ainda mais em se tratando de uma mulher antiética e antiprofissional. O resultado foi o “game over”, do Sepultura como nós aprendemos a amar e hoje só sabemos respeitar.

Fechando a publicação de hoje, o caso mais conhecido de todos, sem dúvidas, é o da Yoko Ono com John Lennon. Obviamente este não poderia ficar de fora, né? Yoko conheceu Lennon numa galeria de arte e foi aquele amor à primeira vista, numa intensidade descomunal, tanto que a mente do ex-Beatle mudou por completo. Lennon não percebia o limite entre ser músico da banda mais influente da História e namorado de Yoko, ao mesmo tempo, misturando as coisas e colocado a dita cuja em várias coisas que envolviam a banda, chegando ao ponto de levá-la para os ensaios, incomodando claramente os outros membros, que não se sentiam confortáveis com a situação.
Unindo isso ao fato de que todos já estavam saturados com o fato de serem os Beatles, esse relacionamento intenso fez com que John se mandasse do grupo e seguisse sua vida pessoal e artística ao lado de sua amada, contribuindo ainda mais para que Yoko fosse vista como estopim da separação do conjunto, por mais que saibamos que a briga de egos ali fosse, talvez, maior do que qualquer outra coisa, mas este fator nunca pode ser descartado.

Enfim, como podemos observar, além desses casos e outros tantos acontecidos na História do Rock, tivemos situações onde as mulheres se envolveram de forma negativa, apesar de que em muitas delas não se pode haver qualquer julgamento negativo, mas isso só reforça a lógica de que, de sexo frágil, nenhuma delas pode ser classificada nas situações descritas, muito pelo contrário, só reforçando que a linha entre o amor e o ódio é mesmo muito tênue.
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