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NOVO DISCO DE LIAN GALLAGHER: REVISITANDO O OASIS EM UMA CELEBRAÇÃO SONORA DE ALTÍSSIMA QUALIDADE.

Quem tem saudade como eu da sonoridade do Oasis e do ótimo trabalho de Noel em "High Flying Birds", pode se contentar prazerosamente com o disco "Why Me? Why Not"de Lian Gallangher. Incrivelmente surpreendente que Lian, que sempre se revelou uma figura alegórica na banda original, tenha imergido em seu trabalho solo como um canal de resgate revisionista de forma tão honesta, simplista, sincera, e diria até uma declaração musical apaixonada por aquele tempo em que o som do Oasis formou uma fresta no rock mundial.



Está tudo neste excelente disco de Lian: Sua voz característica, arranjos musicais que conciliam violões e guitarras, arranjo de cordas da fase fértil de Noel(que vem decepcionando com um padrão desacertado de sua sonoridade clássica para inclusão de elementos do rock progressivo com viés eletrônico) e letras que revelam temáticas bem simples, ingênuas, intimista e supreendentemente esperançosa.


Um amadurecimento evidente de Lian personificado de forma icônica ao previsível e a clichê imagem do rockstar “porra lôka” rebelde e cheio de atitude da época do Oasis. E é inequívoco como essa maturidade se manifesta de forma tão óbvia ao estabelecer sua pretensão musical modulada a necessidade de valorizar o que mais se espera de um Gallangher nos dias de hoje em um cenário musical caótico: revisitar o som que se tornou um fenômeno nos anos 90 e marcou a vida de uma geração.



O novo trabalho recobra a textura sonora de várias influências do rock dos anos 60 e 70, e claro, reforça o influxo dos Beatles em sua tessitura musical. Um disco muito bem produzido por Greg Kurstin com melodias construídas para gerar um efeito solar, portanto belo e agradável. “One of Us” tem uma pegada de âmago Oasiano flertando com o pop sem embaraço. “Meadow”é tão despudoradamente Beatles que chega a emocionar em como Lian franqueia sua homenagem aos gurus. “Once” é uma balada tão bela que poderia estar em um dos melhores discos de John Lennon em uma sequencia de acordes que reforçam seu apelo melancólico e denso.

É simplesmente sensacional ouvir “Now That I’ve Found You” e certificar que Lian se dispôs a colocar no disco uma ode a amor com um popzinho que beira à sacarose pura. No mesmo disco o cantor vem com “ShockWave”, um rockão setentista assumindo um rastro de blues e com guitarra distorcida. Na mesma trilha, “Be Still” caminha sobre timbres de guitarras ecoando com peso suficientes para reproduzir um efeito marcante. Já “Alright Now” é uma amostra sensacional da sonoridade do rock clássico com virada de bateria que remete ao som psicodélico e uma linda orquestra de base de adereço. “River” talvez seja a canção mais revisionista do disco, endereçando seu som imediatamente ao de Oasis( poderia tranquilo se tornar um mega hit dos Oasis se tivesse sido lançado na época da banda). “Gone” é bem produzida, uma balada pop-rock de altíssima qualidade. Glimmer finaliza com uma sacada melódica tão divertida que é impossível não balançar o corpo ou estalar os dedos.



Enfim, “Why me? Why Not” é um disco obrigatório. Não tem como ficar indiferente ao prazer de ouvir esse disco, e mais ainda feliz, de que um representante do Oasis não vira a cara para o passado triunfante e o resgata para preencher o espectro nostálgico dos órfãos do Oasis e ao mesmo tempo que apresenta para as novas gerações a sonoridade nuclear do pop rock sob a essência britânica de reunir no bojo sonoro influências do clássico, blues, punk, jazz, new wave e o indie que foi neste amálgama que o Oasis se tornou um colosso musical moderno e que Lian Gallangher celebra hoje com tanto culto e reverência. E como a gente agradece!

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