MELHOR DOMINGO DO MUNDO COM A BANDA WEEZER E SEUS COVERS.
- Dostoievsky Andrade
- 14 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
É impossível ficar indiferente ao cover quando este se propõe a assumir de forma tão desafetada o espírito nostálgico do passado com a finalidade de reaver trilhas sonoras que ressoou fragmentos da vida de qualquer ser humano.
A banda californiana Weezer cujo vocalista, guitarrista e compositor Rivers Cuomo sempre assumiu uma tônica “cabeça” de seu material, seja nas letras ou nas composições, tem na mistura indie rock e pop seu estrato mais palatável do rock alternativo do qual Weezer germinou.
Neste contexto alternativo de fugir do convencional, do qual este segmento bebe da fonte, surpreende ao extremo quando a banda Weezer idealizou o álbum mais vendido de 2019 até agora de uma banda de rock, com uma galeria de covers pop’s do anos 80 e 90.
Pois é! "The Teal Album" foi lançado no “nada” de forma ousada( um pouco antes da estreia do novo disco de autorais dos caras – The Black Album) no começo do ano, e deixou o público surpreso com a forma despretensiosa com que a banda homenageia a cultura pop e reabilita nosso gozo e deleite com canções que estão tatuadas no consciente coletivo.

Sem se preocupar com uma possível estigmatização de se render ao apelo ordinário e trivial das canções do disco, por ser uma banda de natureza alternativa, Weezer abraça de forma deslavada seu propósito de se divertir com tudo isso e ainda convidar a galera para participar da festa.
Rivers Cuomo revelou em entrevista que como um autêntico nerd nunca deixou de curtir a musica pop, mas estava sempre muito preocupado com criação e a estética underground de seu som. O despertar para tal ideia veio com a inusitada gravação de “África” da banda Toto a pedido de uma fã que via na voz de Cuomo semelhanças com o estilo da banda original. Lançada em uma edição limitada, “África” de Weezer foi subitamente lançada aos primeiros lugares das paradas.
Dai para a idealização do disco foi um passo. "The Teal Album" abre com "África" e segue com hits absolutos de "A-ha", "TLC", "Tears for Fears", "Eurythmics", "Black Sabath", "Michael Jackson", "Ben E. King". Como o disco tinha o propósito de brindar o pop fez um cover seguindo á risca a versão original com alguns elementos aqui e acolá de guitarra mais distorcida. Muitos criticaram a postura engessada da banda em não inserir novos elementos. Mas aí é que está a grande sensatez da banda e sua essência totalmente condecorosa para com o projeto. Além do mais, a execução está cirurgicamente bem feita o que consolida ainda mais o espírito de tributo do álbum.

Nesta perspectiva, Weezer se consolida com uma banda desprendida, que se diverte acima de tudo, e se revela com total desapego. Um sopro de alívio, um bálsamo de leveza neste contexto de cultura rock voltada para assumir obrigatoriamente um papel político social ou se embrenhar na arte como canal de expressão dos dissabores da vida.
Weezer em The Teal Album convida todo mundo para curtir uma piscina no domingo com muito sol e vodka com rodela de laranja limo e ligar apenas o play do som e deixar o disco rolar sem nem precisar montar o set list. Melhor Domingo do mundoooo!
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