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JOHN LENNON ODEIA, MAS EU NÃO - #2

De volta à saga iniciada em 23 de Maio, como promessa, vos trago a segunda leva de canções que John Lennon simplesmente detestava, mas eu não.


E não é que ele crucificou logo três músicas do lendário e, para muitos, considerado o melhor álbum da história, o Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band!


Pois é, a primeira delas é When I´m Sixty-Four, canção creditada à dupla Lennon-McCartney, mas que Lennon fez questão de dizer que não teve nada a ver com a composição, dizendo que Paul foi responsável por 100% dela, chegando a dizer que se tratava de uma “música de vó” e que “nunca teria coragem de compor algo daquela natureza”.


Absurdo, não?


Essa faixa, além de lindíssima, tem uma riqueza de instrumentos incrível, com a adição de dois clarinetes e um clarinete baixo, executados por músicos convidados, além das tradicionais execuções instrumentais dos membros da banda, tendo Paul liderando os vocais e tocando baixo e piano.

A letra é dedicada ao pai de Paul, que acabara de fazer 64 anos.

Os vocais de fundo de George e do próprio Lennon dão a agradabilidade de que a música precisava, unindo ritmo e letras inocentes, mas gostosos de ouvir.



A segunda faixa do disco, massacrada por Lennon, foi Lovely Rita, a qual ele classificou como uma canção fora da realidade, sem qualquer tipo de mensagem lógica, uma vez que ele afirmou que jamais escreveria sobre pessoas assim, as quais ele não conhecia, sendo apenas capaz de escrever sobre si mesmo, pois ele saberia se auto avaliar.


Será mesmo, John?


Lovely Rita foi um exemplo da grandeza experimental que tomou conta dessa fase dos Beatles, tendo como exemplo o uso de pentes e papéis para reproduzir o som de chocalhos.

George Martin também teve uma participação interessante, fazendo o solo honky-tonk no meio da música.

No final, temos um piano meio jazz, meio blues, somado a grunhidos e suspiros: Ousadia totalmente fora do que podia ser encontrado nas gravações de grandes bandas de rock da época.

Sem dúvidas, uma canção atemporal!



Fechando as infundadas críticas de John às canções desse disco, ele “desceu a lenha” em Good Morning Good Morning, a qual ele chamou de um “um simples pedaço de lixo”.


John não batia muito bem mesmo!


Só para dar início ao quanto a canção era “cheia”, é preciso saber que ela teve a companhia de três saxofones, dois trombones e uma trompa, executados por músicos de uma banda chamada Sounds Incorporated, de Liverpool, que eram grandes amigos dos Beatles.

Se o leitor achou pouco e não entendeu muita coisa da “barulheira” que se observa no desenrolar da canção, eu explico:


- Na verdade, trata-se de um caos anunciado, pois temos uma caça à raposa nos canais, um gato miando, um cão latindo, um elefante rugindo, além de uma galinha carcarejando, sendo este último som usado para se estender até a próxima canção, pois George Martin (gênio que era) percebeu que os carcarejos poderiam se fundir ao som da guitarra que viria a seguir, então ele assim o fez entre as faixas 11 e 12 do disco, levando o ouvinte a sair de uma fazenda e adentrar num teatro: Fantástico, não?



Concluindo, ainda resolvi trazer mais uma canção, dessa vez de outro disco, o Magical Mystery Tour. Trata-se da famosíssima Hello Goodbye, de autoria de Paul.

Lennon disse que não era uma grande obra e ficou furioso por ela ter assumido o Lado A, ao invés de I Am the Walrus.


O ego de John e a disputa pessoal entre ele e Paul eram inevitáveis, meus amigos...


Hello Goodbye pode não ser uma das mais geniais obras da carreira dos Beatles, mas está longe de ser uma canção sequer mediana. Os contracantos de George e John são muito interessantes, unidos ao vocal principal de Paul. Duas violas são introduzidas por músicos convidados, além de Ringo improvisar a bateria com o uso de maracas.

Paul adiciona mais riqueza instrumental inserindo bongô e congas (sim, ele era um excelente percussionista também) que têm seu uso explicado pelas coreografias maori que algumas dançarinas fazem no clipe oficial da música.

E, para não faltar nada de rock and roll, temos as guitarras bem executadas por George e John.



Ouçam e tirem suas conclusões sobre razões ou falta delas, quando forem julgar as críticas do nosso querido, mas polêmico, John Lennon.


Até o próximo capítulo da saga ‘John odeia, mas eu não’.

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