ELTON JOHN GOODBYE YELLOW BRICK ROAD – A VIA MUSICAL DA PERFEIÇÃO.
- Dostoievsky Andrade
- 8 de mai. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de mai. de 2019
A importância de Reginald Kenneth Dwight, o espetacular Elton John, para a música contemporânea é intangível. Nada se compara a sua trajetória e a sua contribuição para tornar o pop rock o atalho perfeito para que pudéssemos deleitar com a melhor qualidade de canções que a galeria das músicas inesquecíveis poderia nos brindar.
Elton é um artista tão sublime, com seus mais de 300 milhões de discos vendidos e sua enciclopédia de canções magnas, que é impossível ficar indiferente a uma história de vida que remete aos grandes ícones da arte musical desta era. Sua imponência criadora e a magnitude de seu estilo e marcas, que o tornaram um signo de qualidade em termos de música, têm em um dos seus primeiros discos, Goodbye Yellow Brick Road, o portal para a abertura de um conjunto da obra que se consolidou pela superioridade artística em vários setores.
Não obstante a carreira de Elton nos anos 80 ter sido absorvida pelo timbre do modelo new wave, dos sintentizadores e da baladas agridoces, Elton se reinventou a cada transição temporal com a pretensão sempre de contemplar o seu público e se adequar à força gravitacional dos novos estilos que surgiam.
Os anos 70 para Elton foram o vértice de todo seu ardor e ebulição criativa.
Em Goodbye, sua seminal e mais fértil evolução criativa atinge o cume. Ele consegue, neste disco paradigmático, reunir o refinamento clássico com qualidade musical, letras e harmonia com elementos do pop, sem desarvorar do rock progressivo que se tornara patente e notória em 1973, ano do lançamento da obra.

Gravado na França e com a parceria simétrica e coesa de Bernie Taupin, além da mais polida escolha de músicos singulares, o disco consegue atingir nível sublime de perfeição, abrindo com a magistral “Funeral for a Friend”, com sua estrutura e alicerce progressivo, em que piano clássico se funde com sintetizadores e efeitos para descortinar uma mensagem amargurada e melancólica em ritmo de rock.
O clássico absoluto, “Candle in the Wind”, é uma das canções mais formosas e estonteantes de Elton, uma celebração lamentosa da trajetória tocante de Marilyn Monroe.
Fechando esse lado do disco, “Bernie and the Jets” encanta com a história de uma mulher andrógena em um R&B cadente e com um refrão-adesivo.
A faixa título é um sucesso tão trovejante que avante sua enternecedora e emotiva melodia, a sua letra é um hino cântico e ao mesmo tempo um brado à liberdade e à necessidade de voar sob o tapete da autonomia, para viver a plenitude da vida adulta.
A animada “Grey Seal” remete ao estilo glam e " I've Seen That Movie Too " esculpe em forma de música uma desilusão amorosa.
Tanto “Sweet Painted” como “The Ballad of Denny Bailey” são destaques tão solares que nos convidam ao encantamento e contemplação.
Na sequencia mais vivaz e vibrante do disco, ‘’Dirty Little Girl’’, ‘’All the Girls Love Alice’’, ‘’Your Sister Can’t Twist (But She Can Rock ‘n Roll)’’ e ‘’ Saturday Night’s Alright for Fighting’’ reviram o fluxo e nos intimam a curtir as divertidas canções que vão do rockabilly ao progressivo, com guitarras ao estilo glam e piano frenético, com intensidade.
Elton segue agora partindo para o country e recorre ao arranjo de cordas para dramatizar um refrão tocante.“Harmony” fecha o ciclo da plenitude com uma das canções mais primorosas de sua carreira.
Esse é daqueles discos que tem que ser apreciado sob o arrimo da contemplação. Uma obra tão virtuosa que está sempre na lista dos melhores discos de todos os tempos. Uma comprovação que atesta a genialidade de Elton e sua meritosa parceria com Bernie.
Nestes 50 anos de carreira, encerrando sua passagem pelos palcos e com sua cinebiografia a ser lançada nos cinemas, Elton John assina na constelação das estrelas imortais da música mundial seu status glorioso de artista magistral e que teve em Goodbye Yellow Brick Road seu apogeu mais imperecível.
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