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ELTON JOHN EM “ME”: AS REVELAÇÕES DA VIDA DE UM ASTRO DESNUDA E SEM FANTASIAS.

Em “Me” autobiografia definitiva de Elton John escrita sob sua supervisão com ajuda do crítico musical britânico Alexis Petridis, foi lançada mundialmente no dia 15 de outubro e já ganha um recorde: é uma das biografias de artistas mais vendidas em poucos dias no planeta. Na mesma moção da cinebiografia Rocketman, o livro de Elton disseca de forma sincera e franca as fases de sua vida perpassando por grandes turbulências, já conhecidas em panorama, mas que aqui ganha tintas reveladoras em tom de confidência sem nenhuma amarra ou qualquer auto-penitência.




Elton descerra muitos mitos envolvendo suas histórias e desembrulha fatos justificando seus propósitos muitos fundados nas sequelas emocionais refletidas em uma criação apática pelos pais e uma relação indiferente com eles. Os momentos mais pungentes do livro se refere aos períodos hedônicos de sexo, drogas e outros prazeres “kamicases” Nos idos dos anos 70, Elton detonado pelo vício em cocaína e álcool recebeu conselhos de Bob Dylan e George Harrison para largar aquilo que ia lhe matar. Elton não conseguia se livrar. Antes de decidir pedir ajuda após uma tentativa de suicídio se jogando na piscina da mansão em estado de torpor, o cantor passou quatro semanas trancados no quarto, cheirando cocaína, bebendo whisky cowboy sem parar e consumindo pornografia. “Ficava em frente a TV assistindo pornô, me masturbando, não tomava banho e vestia apenas um roupão sujo com meu próprio vômito”. Quem apresentou a cocaína para Elton foi o empresário e amante John Reid que era usuário contumaz. A inocência de Elton era tamanha que ele ao se deparar com as fileiras de pó em uma festa perguntou do que se tratava. John responde: “Vai torna-lo feliz e inspirado” Elton ao experimentar pela primeira vez sentiu muito mal pelo incomodo da droga na garganta e vomitou no banheiro. Ao voltar recuperado Elton voltou a cheirar, muito pelo desejo obsessivo de se inspirar a criar músicas e manter o nível de suas obras. Dai começa sua derrocada.


Elton revela que a primeira tentativa de suicídio tinha outras motivações, muito relacionadas a seu desejo por homens e pelo amor platônico e irresistível por Bernie Taupin. Naquela investida passada, quem o salvou foi o próprio Taupin, do qual Elton depois o homenageia com a canção, “Someone Saved My Life Tonight”.

Sua forma contida de viver relações advém se sua própria experiência de paixões avassaladoras por homens héteros, o que o tornou uma pessoa incapaz de se entregar de forma visceral aos relacionamentos, não obstante ter sempre se mostrado possesivo e ciumento. Elton John descreve que sempre se satisfez melhor no campo sexual como voyeur do que na prática do ato em si, o que ele reporta ter sido salvo da AIDS no auge da fase de contaminação disseminada no meio artístico.



O corolário de tanta instabilidade emocional é revelado no livro pela relação perturbadora dele com a mãe, que segundo o cantor tinha traços de uma personalidade sociopata. “Depois entendi porque meu pai sempre quis distância de nós. Minha mãe era uma pessoa implacável e patologicamente nociva”. O pai de Elton sempre foi um amante de música clássica e o influenciou decisivamente a enveredar para o universo artístico. Mas o patriarca nunca aprovou a debandada de Elton para um estilo setentista, inspirado no rock e inserido na cena deteriorada do mundo artístico britânico. Quando Elton fez sucesso mundial, o pai cheio de orgulho, vaidoso e com empáfia não admitia render-se ao talento do filho.


A mãe de Elton sempre fazia vista grossa a homossexualidade latente do músico e foi uma entusiasta do casamento de fachada de Elton nos anos 80. Ele conta que pediu em casamento a engenheira de som Renata Blauel durante um jantar sem nunca tê-la beijando antes. Elton revela que a escolha foi por pura admiração “ Ela certamente seria tudo que uma mulher deveria ser para mim se eu fosse hétero” Em grande dilema, John no dia do casamento revelou para Renata que aquela união seria um momento de auto-descoberta e juntos concordaram em nunca discutir publicamente detalhes íntimos do relacionamento quando o divórcio viesse. Eles se separaram amigavelmente em 1988.



Nesta mesma época, Elton estava em uma engrenagem criativa intensa e se sentindo carente e triste. É convidado por um amigo a se divertir um um bar gay de L.A., quando conhece David Furnish um canadense tímido de poucas palavras e que não se deslumbrou nem um pouco quando foi apresentado a Elton. “Ele vestia um colete Armani, parecia que estava chateado de estar ali assim como eu, concordamos que tudo aquilo não era um cenário ideal para estarmos”. Aquela foi a abertura para que os dois deslocados trocassem telefone e marcassem um segundo encontro. O resto é história. Elton se casa com David em 2005 no primeiro dia em que a união estável foi legalizada na Inglaterra, sob certa repulsa da mãe que não concordava com a união declarada e oficial da união gay.

Em 2017 Elton expõe na biografia um dos momentos mais difíceis de sua vida, quando foi diagnosticado com câncer de próstata. Os médicos ofereceram ao cantor duas opções de tratamento: a cirurgia com riscos e um tratamento extenso e repleto de efeitos colaterais com radiação e quimioterapia. Elton escolheu a cirurgia cujo pós-operatório foi um sucesso impulsionando seu retorno aos palcos dez dias depois do procedimento usando fraldas. No entanto, Elton retorna ao hospital passando muito mal com um quadro séptico que o deixou clinicamente debilitadíssimo e em estado grave. David revelou “ Fui preparado pelos médicos de que Elton só teria 24 horas de vida”. O cantor ficou 15 dias internados e mais alguns meses se recuperando para retornar as turnês. “Eu não estava ainda pronto para morrer”, analisa o astro.


As amizades de Elton também ganha espaço na biografia “Me”. Elton exalta em elogios à Lady Gaga. “Ela tem todos os predicados para se tornar a nova Barbra Straisand” Ao mesmo tempo que honra o talento de Gaga, Elton detona Madonna que desdenhou da cantora ao declarar que “Born This Way” sucesso absoluto de Gaga era redutiva e imitou um seu hit “Express Yourself”. Elton lembrou que comentou o quanto ela era desagradável e nojenta, que em vez de considerar como um elogio, a considerava como uma ameaça. “Mas é preocupante mesmo para quem vive usando playback” e arruína a popstar em público.


Outra revelação perturbadora foi a exposição de sua impressão sobre Michael Jackson “era patente que ele era anormal. Não era possível interagir com Michael em um contexto maduro e de discernimento. Certa vez o convidei para jantar em minha casa e Michael passou o jantar cabisbaixo, indiferente e introspectivo. De repente ele sai da sala e desaparece. Fui encontra-lo horas depois no quarto da governante brincando de game com o filho dela na maior felicidade”.


Lady Diana foi uma das melhores amigas de Elton. Dy gostava de circular com celebridades porque curtia toda brisa que a fama no meio artístico exalava por refletir liberdades que ela jamais poderia experimentar. Elton confirmou sua crônica melancolia e seu desconsolo com a indiferença e depois de sentimento de raiva do Príncipe Charles. “Ela nunca o chamava pelo nome e sim por ‘meu marido’, o que detonava a total ausência de afeto que ela tinha por ele” Elton também exterioriza sua rixa histórica com Tina Turner que não se batiam. Agressões recíprocas e não se podiam juntá-los em festas ou festival que sempre rolava “barraco”.


Este é um livro em que Elton John purga seu passado e presente para revelar aos fãs o quanto sua genialidade é fruto de experiências comuns, certas e erradas, o que torna sua biografia um deleite e ao mesmo tempo redentora para o próprio astro britânico. “Me” está a venda pela Amazon em inglês e em breve estreia no Brasil traduzido.

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