DAVE GROHL – O MAIOR ASTRO DO ROCK DOS ÚLTIMOS ANOS
- Nando Oliveira
- 4 de jul. de 2019
- 4 min de leitura
Dentro do rock and roll, sempre temos aqueles nomes que se sobressaem frente os demais, seja numa determinada época, seja numa vertente específica, seja num determinado país ou continente, enfim, temos aqueles que assumem postos que outros não conseguem chegar, dadas as suas qualidades ímpares, que os diferenciam dos demais pelas suas qualidades musicais e, também, pelos seus feitos fora do palco.
Quando nos perguntam quem seria a figura mais emblemática, dentro do rock, dos últimos 20 anos, alguns nomes podem nos vir à mente, mas eu desconheço alguém mais merecedor deste destaque do que Dave Grohl, ex baterista da banda Nirvana e atual vocalista, guitarrista, baterista (em ocasiões específicas), compositor e mentor da banda Foo Fighters.

Desde o início dos anos 90, ainda quando baterista da extinta banda grunge, Dave já impressionou o Mundo ao conseguir ofuscar completamente o ex bateristas do Nirvana, Chad Channing (responsável pela gravação do Bleach), quando assumiu as baquetas e ocasionou aquela destruição que podemos ouvir e nos deliciar, no disco Nevermind. A potência imposta nas baquetas, por várias vezes ganhando destaque máximo frente a voz e guitarra de Kurt e o contrabaixo de Cris, era realmente assustadora, como se todo o trabalho de mixagem tivesse sido feito exclusivamente para destaque ao trabalho do Dave, mas não, o próprio produtor Butch Vig fez questão de enaltecer que só ouvimos aquele álbum, com esse merecido destaque, por “culpa” exclusiva de Dave Grohl, uma vez que sua forma de tocar ganhou toda essa plenitude no trabalho final que ficou gravado no disco.
Mas como nem tudo são flores, ou até sejam, ainda que em situações fúnebres, e assim elas foram, a morte de Kurt, amigo íntimo de Dave, trouxe toda a tristeza da qual não precisávamos naquela época, mas suficiente para fazer o monstro despertar, permitindo que Grohl saísse de “baixo da saia” do Nirvana e pudesse liderar, de fato, uma grande banda, compondo, sendo frontman, liderando os vocais, tocando guitarra e até se divertindo, em alguns shows e gravações, tocando o instrumento que o ajudou a ser conhecido mundialmente, a bateria.
Com o Foo Fighters, foram vários discos gravados, uma facilidade absurda de produzir hinos, uma tranquilidade em unir a melodia apurada de suas composições com a versatilidade de sua voz, horas suaves, horas gritando, encaixando perfeitamente nas canções que adoramos cantar e deixando bem difícil sabe quais delas optar, quando vamos fazer nossas playlists pessoais para situações especiais. Só a cargo de informação, temos Walk, These Days, Best of You, The Pretender, All my Life, My hero, Everlong, Learn to Fly, Monkey Wrench, Something from Nothing, Times like These, putz...tem muito mais coisas, sendo essas apenas algumas das dezenas de hits que a banda emplacou ao longo de mais de 20 anos.

A versatilidade de Dave não para por aí.
Vocês já ouviram falar no Probot?
É um projeto dele com grandes nomes do metal, Max Cavalera, Lemmy, Cronos (Venom), entre outros. Vale a pena conferir como ele se sai diante de alguns dinossauros do rock.
Mas já que citei parcerias, que tal listarmos momentos onde ele gravou ou executou canções com ícones dos quais tanto gostamos?
Quem não lembra dele com Sir Paul McCartney, juntos com os ex membros do Nirvana, executando a pesada Cut Me Some Slack?
Quando Tom Petty and the Heartbreakers ficaram sem baterista, em 1994, quem eles convidaram para se apresentar com a banda, no Saturday Night Live daquele ano?
Dá para esquecer aquela apresentação com os Stones, em 2013, tocando Bitch, onde Dave faz toda Keith Richards observar orgulhoso?
O melhor álbum do Queens of the Stone Age, Songs for the Deaf, como seria se Dave Grohl não tivesse sido o responsável pela gravação da bateria do álbum?
São muitos, mas muitos momentos que eu poderia citar aqui, mas espero que esse artigo possa despertar a curiosidade dos leitores em buscar mais informações por esse delicioso mundo que é a internet.
Para fechar, além de sua mestria musical, Dave Grohl pode ser considerado como um dos caras mais carismáticos do Rock.
Ele se comoveu com um vídeo feito por mil músicos, tocando Learn to Fly, em Cesena, na Itália, onde esses tinham a intenção de que a banda fizesse um improvável show por lá, e Dave foi lá naquela minúscula cidade fazer o show com o Foo Fighters.
Já expulsou “fã” de show por agressão, afirmando que não permitia que brigas rolassem nos seus concertos. E o cara foi expulso mesmo!
O músico também está sempre envolvido em causas sociais, ajudando aqueles que precisam, como o fez ajudando ONGs contra o Câncer e levantando fundos para vítimas de desastres naturais.
E, por fim, ele presenteia fãs com aparições no palco ou literalmente dando sua guitarra para um fã, como o fez um tempo desse.
Enfim, Dave Grohl é uma figura completa, seja como músico, seja como ser humano, capaz de perceber a sua importância para a música e ter a humildade de nunca deixar transparecer sua grandeza, de forma pejorativa, mesmo que essa grandeza evapore em suas ações.
Sua energia no palco, em shows de mais de 3 horas, soa como um reflexo daquilo que um jovem quando inicia seus primeiros passos na música, sonha em fazer no palco, e ele o faz com mais de 50 anos de idade, como se ainda fosse aquele moleque de 1991.
Não se surpreendam se o Foo Fighters ainda se mantiver no topo, como tem sido nas últimas décadas, pois pelo andar da carruagem, Dave Grohl tem muito ainda para oferecer e nós, como fãs, só temos a esperar, curtir e agradecer.
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