AS MAIORES TRETAS DO ROCK AND ROLL
- Dostoievsky Andrade
- 9 de fev. de 2020
- 4 min de leitura
Na última semana mais uma treta marcou a trajetória da banda Sepultura que há 20 anos vem sublinhada pelo racha entre Max Cavalera e a banda. Em entrevista recente o atual vocalista do Sepultura, Derrick Green, ao questionado sobre uma possível reunião da banda com o vocalista original, foi declinada de imediato por Green reforçando o discurso de que é preciso evoluir e seguir em frente. No mesmo dia da entrevista a esposa de Max, Glória Cavalera foi ao tweet e repeliu o comentário com ataques pesados a banda e especialmente ao vocalista.
Tretas históricas são a pimenta indispensável para movimentar o festivo ambiente do rock e anima os fãs que amam estas divergências por que alimentar o contexto transgressor do rock. Vamos a alguns episódios clássicos de tretas do rock and roll.
Alguma novidade que os irmãos Gallangher do Oasis são adversários contumazes? Em agosto de 2009 em um show na França, os irmãos se recusaram a entrar no palco faltando minutos para iniciar o concerto com uma multidão já impaciente decorrente atraso. Em uma briga em que partiram para as vias de fato, Lian quebrou a estimada guitarra de Noel espatifando-a no chão. Fizeram o show sob pressão dos empresários, mas ao concluir o evento, Noel divulgou na imprensa que estava se desligando da banda, o que efetivamente se concretizou depois de muita especulação de que seria mais uma briga do rol de inúmeras que acompanharam a trajetória dos antagonistas irmãos.

O ciúme de Roger Waters com o Pink Floyd logo quando saiu da banda atingiu níveis estratosféricos de arrogância e presunção. Enquanto os demais membros da banda recorriam à justiça para manter o nome da banda, Waters destilou soberba ao declarar que o Pink Floyd não tinha mais razão de existir porque "a banda sou eu e a confirmação são as letras e músicas pífias que o guitarrista(David Gilmour) criou para o recente e medíocre álbum(A Momentary Lapse os Reason)" . Eles se reunirão em 2005 em uma apresentação selando a paz.
Calleb Followill do “Kings of Leon” também partia para o ataque de petulância e modéstia contra os membros da banda quando bebia e se drogava. As brigas eram constantes. O irmão Jared menos combativo do que os Gallangher, não aguentou quando o vocalista vociferou no palco contra a banda em público. Calleb abandonou o palco depois de uma pequena discussão no meio do show, e depois, sob ameaça de acabar a banda, o cantor foi obrigado a se internar em uma “rehab”. Voltaram “de boas” um ano depois com a divulgação do disco “Mechanical Bull”.
Nos anos 80 o clima do "The Police" era insuportável. As gravações do disco “Synchronicit” de 1983, os integrantes gravavam em salas separadas e em horários diferenciados para não se baterem. O baterista Stewart Copeland tinha uma repulsa colérica por Sting e vivam sob ameaça reciproca de atentados físicos. Chegaram as “vias de fato” com uma briga que resultou na quebra de algumas costelas de Sting que o ameaçou com uma faca. Copeland em turnê colocava uma foto do rosto de Sting no bumbo para bater com mais força e instiga nos shows.
Eddie Van Halen e David Lee Roth nunca se bicaram. Eram brigas contínuas em todos os lugares que se estendiam nas gravações, nos shows, nas promoções. Ninguém desconfiava que inúmeros olhares, abraços e aproximações delirantes nos shows entre os dois eram marcadas por ameaças constantes do tipo: “eu espero te encontrar daqui a pouco morto no inferno depois da última carreira de pó que você cheirar no camarim...” e seguiam com um sorriso falso compartilhado pelo público. Fizeram as pazes anos depois para uma turnê de retorno nos anos 2000.
Os irmãos Ray e Dave do grupo britânico The Kinks sempre foram declaradamente rivais, desde os primórdios da banda nos anos 60. Não deram trégua nas confusões em nenhuma fase da banda. Nos bastidores os mais próximos revelavam “eles se odeiam e conversam por meio de intermediadores. É uma situação descabida e importuna”
Axl e Slash do Guns N’Roses sempre brigaram e os conflitos entre os dois foram os motivos para o fim da banda nos anos 90. Em uma entrevista Axl disparou “olha! se for pra falar desse sujeito eu vou me retirar, esse é um câncer que foi removido com muita luta quanto menos puder se falar dele e de seus fãs, melhor”. Slash respondeu ao ataque com certa resiliência: “minha mãe morreu de câncer, foi um pouco de retórica dura demais, mas compreensível vindo de Axl”.

Uma das duplas mais famosas dos anos 70 também não se entendiam. Simon & Gurfunkel brigavam na escolha do titulo do disco e até da posição com que as musicas deveriam seguir nas faixas. Se separaram em pouco tempo de jornada, mas se uniram na década seguinte para uma união comemorativa. Claro que brigaram, e no fim após Garfunkel deixar o projeto, o disco foi lançado como solo de Simon que removeu a voz do ex-companheiro das canções.
A banda Evanescence vivem em confronto. Muitos revelam que o temperamento de Amy Lee não é fácil. No auge do sucesso e no ápice de brigas homéricas, Amy demitiu o co-fundador da banda Ben Moody e seguiu nos anos seguintes desligando das funções o guitarrista substituto John LeCompt e o baterista Rock Gray. Os ex-membros são unanimes em revelar que Amy é uma figura tóxica e repulsiva.
E claro que tinha que ter Beatles para finalizar esse roteiro clássico de tretas do rock and roll. Todos os membros da banda não suportavam o jeito autoritário de Paul, e George foi um dos mais descontentes com as poucas oportunidades que os musicistas lideres (Paul e John) ditavam as ordem no processo de criação. A presença de Yoko Ono e sua contribuição para modular o comportamento de John no processo de criação foi o estopim para o fim da banda. Após o desfecho nos anos 70, seguiram em conflitos nos tribunais, declarações irônicas em entrevistas e indiretas em forma de músicas nos trabalhos solos.
Comments