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20 anos do álbum "Kid A" do Radiohead: Um legado futurista que revolucionou o novo milênio

Depois dos sucessos arrebatores dos discos anteriores do Radiohead na década de 90, o quarto álbum da banda “Kid A” tinha a pretensão ousada e ao mesmo tempo intrépida e audaz de modificar totalmente a estética de suas próprias criações e terminou por revolucionar e desconstruir toda a música experimental.



O tubo de ensaio em que foi imergida os elementos experimentais da sonoridade de “Kid A” misturou Jazz, música clássica, música eletrônica com muitos reverbs vocais, metais e discreta guitarra e muitos mantras com um resultado onírico, as vezes frenético e opressivo e um tanto melancólico e angustiante. Mas a intensidade deste revolucionário disco para a época foi extasiante. Uma pretensiosa ruptura com o rock melódico que o tornaram uma banda unanimidade nos anos 90/00 e no auge do sucesso fenomenal do disco "Ok Computer". A estranheza com que o público se deparou com o som de “Kid A” decepcionou o fã clássico da banda, mas permitiu que o Radiohead saísse da caixinha fechada do “Indie music” para ampliar seus vetores sonoros para outros nichos, permitindo que a música experimental saísse das arestas do alternativo e invadisse a esfera pop.


Em pleno ano 2000, depois de discos alcançando todas as paradas entre os 10 mais vendidos, Radiohead estava com carta aberta das gravadoras para criar. Mas o vocalista Thom Yorke e banda decidiram conceber um produto diferente que pudesse contextualizar com o novo milênio imbricando texturas e camadas sonoras que representasse o pós-modernismo que a virada do século simbolizava.



As letras depressivas e melancólicas também harmonizavam com a insegurança e os reflexos de um mundo que já sentia o impacto da globalização em que a tecnologia iniciava seu domínio hegemônico. Era importante estabelecer um conceito estético que perpassasse por todos estes recortes e o disco pudesse exprimir estas grandes transformações.


“Kid A” consegue impactar, imprimindo um tom de enlevo e alienação delirante por meio de várias camadas de batidas eletrônicas e sintetizadores ao estilo da banda alemã Kraftwerk sob uma base de elementos do rock. É um disco alternativo em sua essência, enxuto, direto, sintético e lírico considerado pela crítica como um disco ingressor do pós-rock, uma trilha futurística e apocalíptica.



Alguns elementos radioheadianos estão ali em esboços, principalmente nas letras que remetem a crítica à alienação sócio-política e emocional e os percalços da fama, agora sob a égide de um painel futurístico.


Radiohead, portanto, conseguiu a façanha de se estabelecer como uma banda de rock de altíssima qualidade de consenso, e se afirma como uma banda de elevado valor artístico com este disco em que rebate seu molde clássico para criar um paradigma sonoro.


"Kid A" completa esse ano 20 anos de existência como um dos maiores álbuns dos anos 2000 pela revista Rolling Stones e unanime em todas as listas de melhores discos de rock alternativo todos os tempos.

 
 
 

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