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ROCK EFÊMERO

Antes de criticar, você sabe o que significa o vocábulo “efêmero”? Se não sabe, basta “dar um google” que tudo resolve. Mas, para você não ter que sair do texto, buscar e voltar, antecipo seu trabalho.


Efêmero é um “ um termo grego que significa ‘apenas por um dia’. Refere-se a algo passageiro, transitório, de curta duração. Todas as coisas que são efêmeras têm a característica de não durarem muito, de acabarem passado pouco tempo” (Fonte: significados.com)


Sabendo o significado do vocábulo “efêmero”, fica bem mais fácil de compreender a essência deste texto, que é basicamente listar bandas de Rock (se é que podemos definir assim) que surgiram com a força de um raio, proporcionado pela repercussão dada pela MTV, e como aquele fenômeno natural, logo se esvaiu. É de bom alvitre, também, tecermos breves comentários sobre o tema.


Sobreviver às exigências do Show Business não é fácil. Quantas vezes excelentes bandas tiveram vida curta por não terem tido a chance de caminharem pelos caminhos certos? Ter gente competente e bem intencionada nas áreas de marketing, merchan, agenciamento e etc. são alguns dos elementos necessários.


Porém, comungo da seguinte ideia, o que causará furor de alguns fãs de bandas que aparecerão listadas abaixo: Mesmo tendo todo o “meio de campo” organizado para sobreviver dentro do Show Business, você tenderá a morrer na praia se o seu som for uma porcaria. Isso é algo que boa parte dos “fãs” (termo colocado entre aspas porque entendo que fã de verdade sempre tenderá a acompanhar os trabalhos de seus ídolos, salvo quando há algo grave que justifique uma guinada) acabam se convencendo quando atingem certa maturidade musical.


Entenda: Não quero empurrar um discurso de que o meu gosto é o melhor que há, mas apenas estabelecerei FATOS - Contra fatos não há argumentos, certo? CERTO? - que se alinham com um som que não passa de um verdadeiro pastel de vento, onde chama a atenção pela sua forma, contudo apresenta uma ausência de conteúdo. E mais, ao morder o tal pastel de vento, você acaba queimando a boca com o vapor acumulado. Você consegue entender a metáfora? Espero que sim.


Pois bem, prepare os ouvidos e vamos à lista!


01 – GOOD CHARLOTTE


Banda que surgiu tocando um “Punk”, em 1996, nos Estados Unidos. O núcleo principal da banda é formado pelos irmãos gêmeos Benji e Joel Madden, que cresceram ouvindo bandas como Rancid, Sex Pistols, The Cure, The Misfits, Ramones e etc. Isto é, para fazer um som Punk até que estavam bem servidos, não é?


Contudo, quando conseguiram os holofotes para si, tiveram que agarrar a oportunidade com unhas e dentes a fim de manterem vivos na selva musical, então o som (que já não era essas coisas todas) virou uma verdadeira tortura aos ouvidos.


A banda teve seu auge entre os anos de 2000 e 2004, quando emplacaram vendas invejáveis, conquistando discos de Ouro e Platina, chegando a ocupar posições de destaque na Billboard 200. De 2010 para cá nem sombra de alcançar os números de outrora (E olhe que eles têm um disco lançado em 2018, o sofrível Generation RX, que sequer é lembrado pela mídia mainstream que, no passado, lhes deram tanta notoriedade).



Clipe da música I Just Wanna Live parece ser meio profético, pois o Good Xarope, ops, Charlotte interpreta uma banda fictícia que, ao final, acaba se dando mal. Curta esse clipe bem "punk"!


Em 2011 a banda anunciou um “hiato” (para mim, uma verdadeira desculpa para “pedir para cagar e sair” de cena sem muito alarde) e retornou as atividades em 2015, permanecendo até os dias atuais. Daí eu pergunto: Você sentiu falta ou vibrou com o retorno deles? E mais: Você conhecia a referida banda? Se alguma das suas respostas for um sonoro “NÃO”, então podemos concluir que temos aqui nada mais, nada menos que um “belo” pastel de vento musical.

02 – THE RASMUS


Outra banda que viveu seu ápice no começo dos anos 2000. Os finlandeses do The Rasmus estão na atividade desde 1995, fazendo um som com fortes influências de Rock Gótico e Alternativo.


Começaram a chamar a atenção em 2001, quando o single “F-F-F-Falling” (parece que quem batizou esta canção estava engasgado com cuscuz, só pode) do disco “Into” ganhou disco de Platina na Finlândia. Gravadoras e agenciadores viram que ali poderia estar reluzindo uma mina de ouro, e correram atrás dos caras a fim de melhor promovê-los.


Para quem gosta de um som sem surpresas, talvez goste desta música, mesmo o vocalista estando engasgado com cuscuz (Calma, estou brincando! Rs). Ah, se você der play, corre sério risco de ficar com o refrão (F-F-F-F-F-FALLING) grudado na sua cabeça!


Em 2003, a banda lança o disco “Dead Letters”, que emplacou o maior sucesso da banda, a canção “In The Shadows”, sujo single ganhou disco de Ouro na Finlândia, Alemanha, Suíça e Holanda, sem falar que tocou à exaustão na MTV. De lá para cá, sem mais nenhuma repercussão relevante.



Música que catapultou o The Rasmus ao estrelato. E aí, o que você acha?


Convenhamos, o som dos caras é chato pra caramba! A banda resiste de forma agonizante. Dark Matters (2017) foi mais um disco que passou desapercebido. Pergunto: Aonde estão os fãs dos caras? Morreram, foram levados a outro planeta ou simplesmente se tocaram que o som é ruim?


03 – CINE


Que tal olharmos um pouco para o nosso “jardim” musical? Banda formada em 2007, o Cine (oh nome lixo do caramba!) surgiu em São Paulo. Inicialmente eles se chamavam Without Shoes (Sem sapatos! Putz... quem escolhia os nomes para eles? A Monga?) que focavam em músicas cantadas em inglês e covers.


Em 2009 foram contratados pela Universal Music, quando começaram a ganhar grande repercussão na MTV Brasileira.


Em 2016, a banda pediu para cagar e saiu de cena, ops, anunciou um hiato na sua página oficial do Facebook.



Sério que isso fez sucesso? Este vídeo tem mais de 8 MILHÕES de visualizações no YouTube! Sério... sabe qual é a diferença dessa música para um balaio de fezes? O balaio. Putz...


04 – RESTART


Surfando a onda da turminha floquinho de neve que emergia na época, surgiu em 2008, na cidade de São Paulo, a banda Restart. Formada pelos integrantes (com nomes “fofinhos”, afinal tem que agradar a sua turminha de fãs para lá de sensíveis) Pe Lanza, Pe Lu, Thomas (ou, se quiser melhorar, Thominhas) e Koba.


Muitas cores, músicas fofinhas, politicamente correto, visual da “moda” (e que moda!) e rostos sempre sorridentes foi a fórmula adotada pelo grupo para angariar mais e mais fãs. (Diante disso, eles se autodenominaram de “Happy Rock” – Neste momento estou limpando o teclado do meu pc, pois acabei de vomitá-lo inteiro. Haja forçada de barra!)



28 milhões de visualizações no YouTube. E aí, sinônimo de qualidade musical?


Em 2013 pareceu que a banda estava se cansando daquele de todo este aparente teatro, então resolveram tentar embarcar em uma produção um pouco mais madura e menos colorida, quando lançaram um EP chamado “Renascer”, cujas canções estão todas disponíveis no YouTube (Boa sorte para você que queira buscar estas canções).



Os ícones do Happy Rock deixaram seus fãs nada Happy. Pergunto: Será que eles se orgulham desse passado? Será que ainda gostam da banda?


Em 2015 a banda anunciou o seu “hiato” (mais uma vez, pediram para cagar e saíram de cena), cujo trecho do anúncio citamos a seguir:


"Pensamos muito antes de chegar nesse ponto e sentimos que é uma ofensa não compartilhar mais esse nosso momento com vocês. Precisamos respirar, descansar, pensar em tudo. Vivemos muito nesses 7 anos, e como quem volta cansado de uma longa viagem, a gente só quer dar um cochilo, uma esticada no corpo. Nunca estivemos tão bem entre nós quatro e sentimos nosso maior amadurecimento nessa decisão, com certeza, uma das mais duras que já tomamos", diz um trecho do texto.

Acontece que, segundo o portal R7 (veja aqui), um dos motivos para o fim do Restart foram os poucos shows que a banda vinha fazendo nos últimos anos. (Lembra quando falei do amadurecimento musical dos fãs e estes acabam deixando o som ruim de determinada banda de lado? Pois bem, está aqui um fato que não me deixa mentir).



Sem comentários...


05 – SIMPLE PLAN


Banda canadense formada em 1999 (em atividade até os dias atuais) com um currículo de 5 discos de estúdio e dois ao vivo.


Simple Plan é uma banda multipremiada, cujos prêmios se encontram o Teen Choice Awards, NRJ Music Awards, alguns prêmios da MTV e mais algumas outras coisas que são premiadas por meio de votação popular.


Prefiro me abster de comentar sobre o som da banda, pois a sonoridade segue muito os estilos das anteriores (exceto The Rasmus). Mas, é fácil constatar a decadência da popularidade dos caras, fazendo shows cada vez menores e lançando material com menos e menos Hits (como se um hit fosse necessário para fazer com que a música seja boa). Em outras palavras, mais um “Rock” Efêmero!



É... Já nem sei mais o que comentar. Tirem suas conclusões.


Alguns devem estar me xingando, ou até mesmo se perguntando: Qual é a base que este retardado está tendo para alegar tudo isso? Quem é ele para falar mal da minha bandinha do coração?


Respondo o seguinte: Onde estão bandas como Guns n’ Roses, The Rolling Stones, U2, Foo Fightes, Iron Maiden, AC/DC e etc? Estão por aí, lotando shows e angariando fãs da nova geração. Suas músicas ultrapassaram gerações e ainda são lembradas em seus eventos. Isso porque não quis humilhar de vez e dar exemplo de bandas que já não estão no mercado, como é o caso de The Beatles e Led Zeppelin. Aqui no Brasil destacamos o expoente internacional alcançado por Angra, Sepultura e Krisiun (indo por uma vertente mais pesada), passando por bandas que ainda se mantém de pé e sempre atraindo multidões no meio mainstream como Skank, Paralamas do Sucesso, Biquini Cavadão, Roupa Nova e etc.


Então, chega, né? Citei bandas nacionais e internacional que possuem para mais de 20 anos de estrada (para ser bem generoso) e continuam em alta devido ao poder que suas músicas possuem, independentemente do auxílio da mídia. Afinal, quando a música possui corpo e alma, tende a se prolongar de geração a geração, e não virar uma coisa efêmera, de conteúdo vazio que tende a sumir sem deixar vestígios significativos. Abraços.


PS: Lembrou de alguma banda de rock de existência efêmera? Indique-nos que poderemos escrever uma segunda parte!


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