PROGRESSIVE ROCK BRAZILIS, YES, NÓS TEMOS! #3
- BOISBAUDRAN IMPERIANO
- 6 de fev. de 2020
- 6 min de leitura
Salve! Salve! Ouvintes do roquenrow. Nesta terceira parte do “post” PROGRESSIVE ROCK BRAZILIS, YES NÓS TEMOS!, retorno para falar sobre o ROCK PROGRESSISTA ou PROGRESSIVO (se vocês preferirem) feito na TERRA BRAZILIS!
Como dito, anteriormente, o PROGRESSIVE ROCK da TERRA BRAZILIS é de excelente qualidade e de arranjos muito bem elaborados, complexos, intricados, melodiosos e viajantes, não deixando nada a dever ao PROGRESSIVE ROCK composto e produzido a nível internacional, notadamente no continente Europeu.
Pois bem, chega de filigranas e firulas, vamos ao que interessa, OK!
Neste terceiro “post”, farei apresentação e reconhecimento (por meio dos LINKS ABAIXO) de mais algumas bandas de PROGRESSIVE ROCK BRAZILIS, que, também, ousaram fazer nos longínquos anos 70 do século passado um PROGRESSIVE ROCK de excelente qualidade. Assim, destacaremos mais bandas dos anos 70 que fizeram e continuam a fazer uma música de ótima qualidade, haja vista que algumas, ainda, continuam em atividade, lamentavelmente, são desconhecidas do público em geral e da grande mídia.
Assim, para o deleite dos distintos leitores do site e ouvintes do septuagenário ROQUENROW vós apresento as seguintes bandas: BACAMARTE, BIXO DA SEDA, MUTANTES, PÃO COM MANTEIGA e SAECULA SAECULORUM.
Como já dito, LONG LIVE ROCK'N'ROLL.
CURTAM AS PERFORMANCES DAS BANDAS PROGRESSISTAS ABAIXO, DEIXANDO O SEU COMENTÁRIO E LIKE!
BACAMARTE
O Bacamarte foi formada em 1974 por Mário Neto, porém, em 1977 consolidou-se com seu line-up clássico: Mário Neto (guitarra), Sérgio Villarim (teclados), Delto Simas (baixo), Mr. Paul (percussão), Marcus Moura (flautas e acordeão) e Marco Veríssimo (bateria). Segundo Marcus Moura: “No primeiro semestre de 1979 gravamos o álbum Depois do Fim contando com os vocais de Jane Duboc. Porém, o lançamento ocorreu em 1983, pela Som Arte, selo que criamos para aquele lançamento”. O álbum Depois do Fim é considerado como um dos melhores do rock progressivo de todos os tempos, sendo que o site Progarchives considera-o como um dos 100 melhores álbuns Rock Progressivo do mundo. O Bacamarte, ficou ativo entre 1974 a 1983/1984. Em 1999 Mario Neto (guitarra) e Robério Molinari (teclados), lançaram o álbum Sete Cidades que trazia o nome Bacamarte na capa do disco (embora o álbum seja um trabalho solo de Mário Neto). A partir de 2012, o Bacamarte retornou aos palcos até a atualidade, se apresentando em shows no Estados do Sudeste e Sul do Brasil, tanto é que outubro/2019, encerram a programação do III CaRIOca Prog Festival/2019.
BACAMARTE – “Smog Alado”
BACAMARTE – “Smog Alado” no Festival Psicodália/2019
BIXO DA SEDA
A partir do final de 1973, os membros da banda Liverpool de Porto Alegre se reúnem e resolvem mudar o nome da banda para Bixo da Seda por ideia de Zé Vicente Brizola (guitarrista), a quem se unem Cláudio Vera Cruz (teclados), Mimi Lessa (guitarra), Edson Espíndola (bateria), Wilmar “Pepeco” Ignácio Seade Santana (baixo) e a volta de Fughetti Luz (vocais). Em 1975, transferem-se para o Rio de Janeiro e começam a realizar diversos shows no Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Na mudança de cidade, saem da banda Pepeco, Zé Vicente Brizola e Cláudio Vera Cruz, entrando Renato Ladeira (teclados – ex-A Bolha) e Marcos Lessa (baixo). Com essa formação, gravam o álbum autointitulado “Bixo da Seda”, lançado pela gravadora GEL do selo Continental. Nos anos seguintes, realizam bastantes shows pelo país. Entretanto, em 1980, o grupo chega ao fim por dificuldades financeiras para se manter na capital fluminense.
BIXO DA SEDA – “Vênus”
PÃO COM MANTEIGA
Banda formada na zona oeste de São Paulo nos anos 70, pelos músicos: Johnny (Guitarra, Vocal), Édison Edisol (Bateria), Paulo Som (Viola, Violão, Vocal), Pierre (Baixo, Vocal), Gilberto (Teclados, Banjo). A banda lançou em 1976 um único disco conceitual intitulado “Pão com Manteiga”, tendo uma base acústica, psicodélica, progressiva e outras misturas musicais de vários gêneros de todos os tempos. Destaque para faixa instrumental “Montanha Púrpura”.
PÃO COM MANTEIGA - “Montanha Púrpura”
SAECULA SAECULORUM
Saecula Saeculorum, banda lendária do rock progressivo BRAZILIS, foi criada em 1974 em Minas Gerais. A banda era formada por Giacomo Lombardi (piano e voz), José Audisio (guitarras), Bob Walter (bateria), Edson Plá Vieguas (baixo), Juninho (bateria) e pelo renomado e multistrumentista Marcus Viana (violino), que depois iria formar o Sagrado Coração da Terra (falaremos sobre o Sagrando em outro post). Gravaram o álbum “Saecula Saeculorum” em 1976 com uma forte pegada no symphonic rock com tendências clássicas muito fortes, porém por questões contratuais não foi lançado. Somente em 1996 Marcus Viana no seu estúdio Sonhos & Sons, reúne, edita e masteriza digitalmente o material e lança o álbum “Saecula Saeculorum”. A banda acabou em 1977, mas ainda chegou a se apresentar, recentemente, num tributo ao baterista Mário Castelo, porém com uma formação diferente, estando presente apenas Marcus Viana e Giacomo Lombardi.
SAECULA SAECULORUM – “Saecula Saeculorum”
SAECULA SAECULORUM - “Saecula Saeculorum” ao vivo em 2014
MUTANTES
Como é domínio público os Mutantes iniciaram a sua carreia em 1966 como um trio formado por Arnaldo Dias Baptista (teclados e vocais), Sérgio Dias Baptista (guitarra e vocais) e Rita Lee (vocais e percussão), quando se apresentaram no programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von da TV Record (o nome do grupo foi batizado pelo próprio Ronnie Von como “Os Mutantes”), sendo integrado, depois, por Liminha (baixo) e Dinho Leme (bateria). Com esta formação se tornaram uma das maiores bandas de rock do Brasil e do rock psicodélico, contudo, esta formação durou até 1972, quando Rita Lee foi demitida.
Contudo, o que nos interessa aqui é a fase PROGRESSIVE ROCK dos Mutantes a partir de 1973 (na minha opinião a melhor fase da banda, por ser mais criativa e mais melodiosa, com músicas de excelente qualidade e viajantes), quando estrearam o espetáculo, "2000 Watts de Som", fato que segundo os biógrafos marcaria a adesão da banda ao rock progressivo, influenciados pelo som do YES e ELP. No verão de 1973 gravaram o álbum “O A e o Z” movidos a LSD (somente lançado em 1992 pela PolyGram), com a formação: Arnaldo Dias Baptista (teclados e vocais), Sérgio Dias Baptista (guitarra e vocais), Liminha (baixo) e Dinho Leme (bateria); fato este que desagradou a Polydor (gravadora da banda na época) a qual considerou o disco sem valor comercial e decidiu não lançá-lo, além de resolver demitir a banda de seu “cast”. Entre meados e fim de 1973, Arnaldo Dias Baptista e Dinho Leme deixam a banda, seguido por Liminha.
Contudo, em 1974 Sérgio Dias Baptista (guitarra) decide continuar com os Mutantes, assina um contrato com a gravadora Som Livre, neste período passam a integrar a banda: Sergio Dias (guitarra), Túlio Mourão (teclados), Rui Motta (bateria) e Antônio Pedro Medeiros (baixo). Com esta formação gravam o excelente disco “Tudo Foi Feito pelo Sol” em nov/1974, o qual marca a entrada definitiva dos Mutante no rock progressivo. No início de 1976 está mesma formação lançam o EP “Cavaleiros Negros”, outra ótima obra do progressivo BRAZILIS, com a faixa título contendo um excelente solo de guitarra. Porém, em mar/1976, Túlio Mourão e Antônio Pedro são substituídos por Luciano Alves (teclados) e Paul de Castro (baixo e violino). Em agosto/1976 com a formação: Sérgio Dias (guitarra), Rui Motta (bateria), Luciano Alves (teclados) e Paul de Castro (baixo e violino), gravaram no Museu de Arte Moderna – MAM do Rio de Janeiro o disco “Mutantes Ao Vivo” (um disco de inéditas gravado ao vivo), que foi lançado em LP no ano de 1977 pela Som Livre, esta disco é outra excelente pérola do PROGRESSIVO BRAZILIS que não teve a merecida repercussão e acolhida que merecia, nele temos excelentes faixas como “Anjos do Sul”, “Sagitarius”, “Rock’n’Roll City” dentre outras. Porém, em 1978 Sérgio decidiu terminar com a banda e o fim é melancólico, quando os Mutantes tocam para aproximadamente duzentas pessoas em 06/jun/1978 em Ribeirão Preto – SP (circula na WEB um bootleg “Mutantes ao Vivo em Ribeirão Preto” contendo a gravação na íntegra deste show, vejam o link abaixo da faixa “Arena”).
MUTANTES – “O A e o Z”
MUTANTES – “O Contrário de Nada é Nada” em um clipe de abr/1974, com a formação de 1974: Sérgio Dias Baptista (guitarra), Túlio Mourão (teclados), Rui Motta (bateria) e Antônio Pedro Medeiros (baixo)
MUTANTES – “Tudo Foi Feito Pelo Sol” ao vivo em BH/2013, com a formação de 1974: Sérgio Dias Baptista (guitarra), Túlio Mourão (teclados), Rui Motta (bateria) e Antônio Pedro Medeiros (baixo)
MUTANTES – “Pitagóras” ao vivo no Psicodália/2013, com a formação de 1974: Sérgio Dias Baptista (guitarra), Túlio Mourão (teclados), Rui Motta (bateria) e Antônio Pedro Medeiros (baixo)
MUTANTES – “Cavaleiros Negros” ao vivo em BH/2013, com a formação de 1976: Sérgio Dias Baptista (guitarra), Túlio Mourão (teclados), Rui Motta (bateria) e Antônio Pedro Medeiros (baixo)
MUTANTES – “Cavaleiros Negros” ao vivo em SP/2016, com a formação de 1976: Sérgio Dias Baptista (guitarra), Túlio Mourão (teclados), Rui Motta (bateria) e Antônio Pedro Medeiros (baixo)
MUTANTES – “Rock’n’Roll City” no disco Ao Vivo
MUTANTES – “Sagitarius” no disco Ao Vivo
MUTANTES – “Arena” ao vivo em Ribeirão Preto (último show em 1978)
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