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O QUE PODEMOS ESPERAR DE UM NOVO DISCO DO IRON MAIDEN?

Há fortes rumores de que a banda Iron Maiden está em estúdio gravando um novo disco. Seria o décimo sétimo disco de estúdio da banda. Uma baita produção discográfica, não?


Bandas como o Iron Maiden sempre despertam grande expectativa nos milhões de fãs ao redor do planeta, principalmente quando surgem rumores, ou até mesmo confirmações, da gravação de um disco de inéditas.


Há quem diga “Ah! Mais do mesmo!”, outros, mais saudosistas, dirão “Tomara que façam algo como esse ou aquele álbum clássico” e etc. Então, o que devemos esperar do novo “rebento” da Donzela de Ferro?


Não sou nenhum profeta, mas posso presumir com base na obra da banda.


Neste momento informo aos fãs mais puristas: Esqueçam uma espécie de “revival” de discos clássicos, como The Number of the Beast, Piece of Mind e Powerslave. Não, não chorem pelo leite derramado, pois aquela Donzela de Ferro dos anos 1980 evoluiu, e aceite isso.


Afirmo isso com pesar no coração [embora tenha aceitado a mudança da banda], pois todo fã que se prese, e que passou a adolescência vibrando com hinos como The Trooper, 2 Minutes to Midnight, Aces High, Run to the Hills e etc., quer saciar sua carência afetivo-musical com novos hinos arrebatadores. Talvez estes já vieram a lume, mas passaram desapercebidos por todos nós (ou não), uma vez que muitos podem estar envoltos de uma cegueira provocada por uma espécie de hipnose pelos discos clássicos.


Muitos reclamam que há tempos o Iron Maiden mergulhou de cabeça na seguinte fórmula: Músicas longas, de introduções lentas que ganham força mais adiante, e que repetem viradas de bateria pra lá de manjadas, intercaladas por extensos solos de guitarra. Há quem diga que isso é ruim. Eu discordo. Vejo genialidade, pois usar a mesma fórmula e não ficar cansativo é para poucos.


Como dito anteriormente, a Donzela de Ferro dos anos 1980 evoluiu, afinal isso é natural com a maturidade que os longos anos de vida trouxeram aos excelentes músicos da banda. Estes passaram a dar maior vazão ao requinte ao invés do visceral. Melodia e inspiração no lugar do frenesi e adrenalina.


Mas, você que é fã do Iron Maiden, cá entre nós... Devemos nos admirar com esta fase, digamos, mais progressiva da banda? Eu, particularmente, não me surpreendo. Digo o motivo: A veia progressiva sempre esteve presente desde o primeiro álbum da banda. Duvida? Então, vamos lá, listaremos algumas canções épicas (nos moldes mais “progressivos”), que perpassam por toda a carreira da banda, senão vejamos:


1. Phantom of the Opera – Iron Maiden;

2. Hallowed be thy Name – The Number of the Beast;

3. To Tame a Land – Piece of Mind;

4. Rime of the Acient Mariner (épica demais!!!) – Powerslave;

5. Quase todo o disco Somewhere in Time; Mas, destacaremos as canções Caught Somewhere in Time e Alexander the Great (356-323 B.C);

6. Seventh Son of a Seventh Son - Seventh Son of a Seventh Son;

7. Fear of the Dark – Fear of the Dark;

8. Quase todo o disco The X-Factor; Mas, destacaremos a canção Sign of the Cross;

9. Etc.


Veja que desde o começo da banda, Steve Harris quis mostrar que o Iron Maiden não era apenas velocidade, queria se distanciar do rótulo “quanto mais rápido, melhor”, o que pode soar como algo muito limitador. Definitivamente a palavra “limites” foi riscada do dicionário do patrão Harris, pois este sempre buscou a constante evolução.


O fã que soube acompanhar esta metamorfose, sempre fica feliz com um novo lançamento. O que não conseguiu, fica se lamentando e repetindo as velhas narrativas como “a banda não é mais a mesma”, “eles se venderam”, “só pensam em dinheiro” e etc. Estes dois últimos argumentos não devem prosperar, pois se o dinheiro fosse prioridade, sabe o que a banda faria? Uma volta aos anos 1980! Simples assim.


O Iron Maiden está envelhecendo. Aceitemos que eles estão em fim de carreira, e o que 6 músicos consagrados menos querem é voltar às origens por simplesmente quererem agradar um nicho do público e da mídia especializada. Eles querem nos entregar um material de ótima qualidade, embora repita a mesma fórmula dos últimos anos [que o faz com maestria], enquanto estiverem gozando de boa saúde física e criatividade pulsando a pleno vapor. Afinal, o corpo perece, mas a obra se perpetua no tempo e no espaço. [Faço uma ressalva de que não estou dizendo que eles estão esgotados fisicamente. Os músicos ainda estão com um vigor físico de dar inveja a muitos homens de 30 anos de idade. Falo isso por ser testemunha por 3 vezes da performance ao vivo dos caras. É impressionante!]


A banda ainda se dá ao luxo de entregar aos fãs saudosistas canções que lembram um pouco o que foi produzido nos anos 1980. Prova disso são canções dos álbuns mais recentes, como podemos citar El Dorado, Speed of Light, The Mercenary, Rainmaker, Wildest Dreams e etc. Interpreto como se os músicos nos dissessem: “Olha, essa canção aqui é para mostrar que ainda somos capazes de compor como antigamente. Agora, se prepare pelo o que vem pela frente e ouça a nossa evolução musical!”.


Então, simplificando: Devemos esperar um disco com uma ou duas músicas ao melhor estilo 1980, de resto vamos aguardar pelas músicas longas que a banda vem adotando com mais frequência desde o disco The X-Factor.


Tá com saudades dos tempos “áureos”? Consulte o material da banda, afinal ainda está disponível no mercado. No mais, confio em um disco competente e belo. Surpresa será se passar disso e chegar ao patamar de algo realmente impactante. Vejamos as cenas dos próximos capítulos. Abraços.

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