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ATITUDE PUNK (?)

Atualizado: 19 de mai. de 2019

O que você acha do Rock n’ Roll? Digo no sentido mais amplo que este gênero musical tenha a nos proporcionar. Ainda não entendeu? Bem, eu explico: O rock não sendo visto apenas como música em si, mas como um estilo de vida que influencia na conduta das pessoas.


Sim, negar a influência do Rock, e qualquer gênero musical que seja, no comportamento das pessoas é inocência sem tamanho. Basta fazer associação, por exemplo, do Funk Carioca no comportamento, forma de agir e de se vestir das pessoas. Ainda, exemplificando, veja os fãs do Heavy Metal. Muitos aderem a vestimentas, despertam-se para determinado tipo de literatura (gótica, esotérica, satanista, medieval e etc., que são temas muito comuns em determinados estilos de Metal), adotam hábitos pessoais de determinados ídolos sem, muitas vezes, se aperceberem. Isso é normal. São tendências, algo que as pessoas podem lançar de tempos em tempos.


O leitor pode pensar e questionar: “Quer dizer que somos marionetes nas mãos dos músicos?”. Respondo que não. Acredito que pessoas adultas possuem seu livre arbítrio e uma personalidade pré-moldada que te inclina a seguir determinada tendência de forma natural, precisando apenas de um pequeno “empurrãozinho”. Isso tem que ficar bem destacado para não tirarmos a responsabilidade de cada indivíduo pelos seus atos. É algo muito covarde quando você faz uma coisa e diz algo como: “Fiz isso e aquilo por influência de fulano de tal!”. Não negamos os casos clinicamente comprovados de pessoas que sofrem de distúrbios psicológicos, afetivos e emocionais, o que as fazem distorcer a realidade que vivem. Este último caso trata-se de exceção, logo não devem ser encarados como regra. Falo isso pelo simples motivo de alguns desavisados quererem fazer da exceção uma regra, e chegarem ao absurdo de alegarem, diuturnamente, que determinados atos agressivos sejam provocados por influência de uma música, de um vídeo game violento, um filme ou um livro de terror. (Este debate sempre surge quando um louco aparece atirando em pessoas inocentes, e logo aparecem pessoas acusando games violentos como responsáveis por tais atos.)


“Eita, lá vem Caveira e seus considerandos!

Chegue logo ao assunto, homem!”, pensará algum leitor.

E eu digo: “Relaxe o ‘toba’, cara pálida! Chego lá!”.


O foco aqui, agora, é o movimento Punk.

Surgido na década de 70, o referido movimento trouxe uma nova tendência, que passou a ter muitos seguidores até os dias atuais. Logo, lançou tendências que passaram a ser seguidas por inúmeras pessoas.


Algo que sempre chamou a atenção do movimento Punk é que muito se prega o princípio do “faça você mesmo”, bem como ir de encontro ao sistema opressor, munidos de muita coragem de meter o dedo na cara daqueles que utilizassem de um Poder Estatal para diminuir cada vez mais o cidadão comum. Este, por sua vez, é a mola propulsora de uma sociedade. Sem o indivíduo comum, não há Estado. Este último ente, criado pelos primeiros, por meio de leis e costumes, passa a se sobrepor ao primeiro. Como assim? Que lógica absurda é essa? A criatura sobrepondo-se ao “criador”? Sim, bem-vindo (a) à “selva política”!


Nestas poucas linhas, você, mesmo não sendo fã do Movimento Punk, deve estar sentindo que trata-se de algo bastante benéfico, quando bem utilizado, a fim de contribuir para a libertação de um povo. Ainda, podemos imaginar que bandas e fãs do Punk formam um arquétipo que não é de se curvar aos políticos, tampouco a opiniões contrárias, certo? CER-TO? É... não sei se é bem assim.


Dias atrás, a produtora EV7 LIVE iria organizar uma série de shows da banda Dead Kennedys, grande expoente do Punk, aqui no Brasil. A referida banda foi formada em 1978, nos Estados Unidos, e sempre carregou com afinco a bandeira defendida pelo movimento.


A produtora EV7 LIVE criou uma imagem de divulgação (vide abaixo) para os shows do Dead Kennedys que fazia uma clara alusão ao que eles entendem sobre a postura dos eleitores do atual Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro: pessoas de classe média, que odeiam pobres, amantes de armas e que agem como se tivessem um QI menor do que o de uma minhoca.



Após a criação do cartaz de divulgação, a banda, em seu instagram, divulgou a mesma. Ou seja, adorou a imagem e, assim, propagou.

Porém, no Brasil vive a seguinte ideia de que quem “lacra, não lucra” (embora nem sempre seja assim), e logo começou uma enxurrada de protesto de pessoas pró-Bolsonaro. Até aí, eu achei tudo normal, afinal protesto e oposição a este é normal dentro do jogo da democracia. Enquanto tudo isso estava acontecendo, eu pensava:


“Ah! A banda não vai se curvar a um simples protesto. Roger Waters veio para o Brasil, lacrou em todos os shows, foi ovacionado e partiu com seu cofrinho recheado (cu cheio de grana mesmo). Dead Kennedys vai cagar e andar para tudo isso!”.


Acontece que a banda cagou sim, e ainda se borrou toda! Simplesmente cancelou o show, embolsou a grana e alegou que doaria parte do apurado para instituições de caridade. Justificaram que o cancelamento se deu pelo motivo que a produtora criou uma arte de divulgação sem a permissão da banda, o que gerou um clima de revolta que iria por em risco as vidas das pessoas (Sinceramente? Acho algo bem exagerado. A não ser que a banda realmente acredite que todos os Brasileiros, eleitores de Bolsonaro, portem armas e atuem como uma patrulha miliciana a fim de promover a chacina de centenas de pessoas que discordem das pautas conservadores, defendidas pelo Presidente).


Só que a banda esqueceu de comentar que, embora não tenha autorizado a veiculação do cartaz, acatou o mesmo. Se assim não o fosse, a banda JAMAIS postaria o mesmo em seu instagram.


Diante disso, pergunto: Se a banda recebeu o cachê sem tocar, por que não devolveu para os fãs? E, já que vai doar UMA PARTE do apurado, implica dizer que a outra parte ficará no bolso deles sem fazer esforço algum.


O desfecho dessa história, pelo menos enquanto escrevo estas linhas, foi que a produtora EV7 LIVE teve que arcar com todo o prejuízo de reembolso aos fãs. Então, de forma pra lá de criativa e bem honesta, a banda criou camisetas com os dizeres “CHIKEN KENNEDYS”, a fim de vender, apurar a grana e promover a devida devolução para os fãs (Para mais informações, leia aqui).


E então, ser Punk é ser cagão?

Ser Punk é temer o pensamento contraditório?

Ser Punk é desrespeitar os fãs?

Ser Punk é lançar tendências de "boneca"?


Dead Kennedys, seu Punk está apenas na música de poucos acordes, porque na atitude...

1 comentário


Elba Lapaz
Elba Lapaz
06 de mai. de 2019

Não tenho mais estômago para esses hipócritas do caralho, punk é anarco e vejo um bando de esquerdista se achando dono na razão, ser punk é ser contra todo o sistema !

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